Adolescência é tempo de ficar de olho em problemas posturais
Na adolescência, nada ajuda a coluna a manter uma postura correta. A começar pelas mudanças físicas. Afinal, existe o famoso período do estirão, no qual o jovem dá aquela bela espichada, como se ganhasse vários centímetros da noite para o dia. Só que seus ossos não crescem no mesmo ritmo. Uns esticam mais depressa do que outros. O descompasso entre eles, por si, já dá uma "entortada" no corpo. E ela seria até passageira, se não houvesse outros fatores.
O próprio jovem, com o crescimento acelerado do estirão, muda o jeito de se relacionar com o mundo, o que se reflete na postura. Exemplo: existem aqueles que crescem muito mais rápido do que os seus colegas de turma e, ainda que sem muita consciência, tentam esconder os centímetros a mais quando estão no grupo de amigos, encolhendo ligeiramente os ombros. Repare que isso não é incomum e, com o passar do tempo, pode resultar em uma leve corcunda ou cifose.
Também não colabora para a postura o tempo —um tempo imenso! — que um jovem permanece sentado nos dias de hoje. Ele vai para a aula sentado no carro ou no ônibus escolar. Depois, passa umas boas horas contorcendo-se na carteira especialmente nos momentos de escrever. Ao chegar em casa? Muitas vezes, ele se atira no sofá. E isso quando não faz a lição deitado na cama, mas com o pescoço erguido, formando um ângulo de 90 graus —o que, repetido dia após dia, causa problemas posturais também.
A longa permanência sentado deixa a musculatura que sustenta a coluna mais flácida. Então, sem a devida sustentação, a curvatura da espinha se torna bem mais acentuada que o normal. Os pais devem ficar de olho nisso. Perceber se existe uma hiperlordose, por exemplo, quando os quadris são muito projetados para trás, como se o bumbum vivesse empinado. Pode existir, ainda, uma escoliose, deixando um lado mais alto do que outro —a cintura e o ombro do lado esquerdo parecem desalinhados em relação ao lado direito.
Nesses casos, uma avaliação profissional é mais do que importante, principalmente se há queixa de dores nas costas. Mas para que esperar que ela dê as caras? A consulta no especialista é bem-vinda até para que o adolescente receba uma boa orientação sobre quais grupos musculares ele deveria exercitar para corrigir o problema postural e o que movimentos deveria evitar no dia a dia. O pior é que, nessas horas, é comum o jovem procurar uma academia. Isso, em si, não seria ruim, desde que ele conte com a supervisão de um profissional ciente da necessidade de usar o exercício como aliado para corrigir sua postura
Outro ponto importante é ficar esperto com o peso da mochila. E questionar se é preciso mesmo levar tantos livros e cadernos para cima e para baixo, se for o caso procurando uma solução junto com a escola.
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