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Blog do Maurício de Souza Lima

Ouviu falar da doença de Osgood-Schalatter? Ela faz doer o joelho do jovem

Maurício de Souza Lima

08/08/2018 04h00

Crédito: Istock

Só de ouvir, impressiona: doença de Osgood-Schlatter. Mas, embora sem associar a situação ao nome, garanto que ela é muito comum na adolescência, sendo três vezes mais comum em meninos do que em meninas. Nada mais é do que um aumento da tuberosidade da tíbia, em sua extremidade, logo abaixo do joelho. Quando acontece, enxergamos algo pontudo sob essa articulação, como se esse osso da perna estivesse se projetando para frente. E a questão é que pode doer demais. Justamente por isso muita gente se assusta, imaginando problemas bem graves.

Apesar de dolorosa, essa condição é benigna. Durante o estirão da puberdade, os tecidos do corpo não crescem em perfeita sincronia. Músculos, ossos e tendões aumentam de tamanho em velocidades diferentes e, na doença de Osgood-Schlatter, o tendão de fato puxa a tíbia ligeiramente para frente, fazendo uma espécie de tração. 

Aí a queixa é de que, toda vez que o adolescente faz um pouco de exercício — pode até mesmo ser aquela corrida para entrar atrasado em uma aula — , a sensação dolorosa vem com tudo.

Em alguns casos, a dor chega a ser quase incapacitante. É quando o jovem cogita desistir de fazer uma atividade física por causa do incômodo. Se não faz parar com o esporte de vez, a Osgood-Schlatter no mínimo atrapalha bastante. É o caso daquele garoto que adora jogar futebol, mas que, no meio da partida, não aguenta a dor nos joelhos e pede ao treinador para ficar no banco.

Antigamente, muitos profissionais de saúde até mandavam a garotada interromper a prática esportiva. Os médicos recomendavam repouso e prescreviam antiinflamatórios. Hoje, não. Se possível, o adolescente deve continuar se exercitando, apenas interrompendo o treino no momento em que sentir dor. Ela avisa que, naquele dia, já é hora de descansar.

Em vez de engolir remédios, que no mínimo podem provocar problemas gástricos com o uso contínuo,  o melhor a fazer será aplicar uma bolsa de gelo logo após o treino por um período de 10 a 15 minutos. Isso já alivia bastante. Não é necessário cirurgia, nem qualquer intervenção ou tratamento mais complicado. Com o passar do tempo e o crescimento de todas as estruturas, tudo se harmoniza e o problema vai embora. Cai no esquecimento junto com seu nome complicado.

Sobre o autor

Maurício de Souza Lima é hebiatra, ou seja, um clí­nico geral especializado na saúde de adolescentes. Doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo, é autor do livro “Filhos Crescidos, Pais Enlouquecidos” (Editora Landscape), vencedor do Prêmio Jabuti em 2007.

Sobre o blog

Aqui, Maurí­cio de Souza Lima pretende abordar de maneira leve e objetiva todas as questões de saúde que podem preocupar ou despertar a curiosidade dos próprios adolescentes e dos seus pais. Aliás, prefere dizer que irá falar sobre a saúde da juventude, lembrando que oficialmente a adolescência começa aos 10 anos, mas em tempos modernos, na prática, pode se estender para bem mais de 21 anos.

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