O verão é uma oportunidade: os jovens devem aprender a autoexaminar a pele
Verão é tempo de expor mais o corpo, certo? Então, vamos aproveitar a estação para convidar os adolescentes a olharem bem para a própria pele, hábito que todos nós deveríamos ter em qualquer época do ano, fazendo chuva, fazendo sol. Mas, vá lá, a moçada não costuma tê-lo e daí que, na minha opinião, esse tempo de calor é sempre uma oportunidade para que meninos e meninas aprendam a reparar se há alguma pinta diferente ou uma feridinha esquisita em qualquer parte do corpo. Sim, senhoras e senhores: câncer de pele também acontece na adolescência.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia faz um belo esforço, inclusive com a campanha do Dezembro Laranja, mas muita gente acha que o problema não é com os mais novos — e ele é também. Claro, os tumores são mais frequentes com o passar dos anos, com horas e horas de descuidos sob o sol. A pele, dizem, tem uma espécie de memória e não perdoa o número de queimaduras solares acumuladas ao longo de toda uma vida, assim como contabiliza cada momento do dia a dia sob fortes raios solares e sem qualquer proteção.
Aliás, é mesmo pela proteção que devemos começar a conversa. É difícil, de fato, convencer um carinha ou uma mocinha de seus 12, 13, 14 anos sobre a importância de usar um bom filtro todo dia, sem exceção. Adolescentes, em geral, rebatem a ideia dizendo que, ainda por cima — leia, além da preguiça — o produto aumentaria as espinhas e deixaria a pele, já mais oleosa nessa idade, brilhando demais, repleta de cravos. Mas essa não é uma boa desculpa.
Vale conversar com o clínico que acompanha a sua saúde ou ir ao dermatologista para receber boas dicas de protetores solares que não são nada oleosos. Alguns deles até contêm substâncias que ajudam a tratar a acne ou podem ser formulados para esse fim. Essa história do filtro solar que besuntava o rosto e o resto do corpo já virou passado. Até porque as indústrias farmacêuticas e de cosméticos estão cientes de que esse é o tipo de loção que não pode ser dispensada em nenhum dia da semana. Logo, cremes e loções pesados não fazem sucesso.
Conforme o grau de exposição sem qualquer filtro e a tendência familiar, o jovem pode, como já disse, apresentar tumores de pele e, por isso, deve ficar esperto se perceber qualquer estranheza. O carcinoma basocelular, por exemplo, que é um dos mais comuns e fáceis de tratar — em geral, o dermatologista o arranca fora e tudo fica de boa. Ele parece um nódulo de nada, às vezes rosado, às vezes mais escuro. Vale ficar de olho em qualquer caroço estranho, muitas vezes cercado de vasinhos.
Já o carcinoma espinocelular é um pouco mais sério, se não for flagrado precocemente. É porque ele pode dar metástase, ou seja, pode se espalhar pelo corpo. A lesão desse câncer lembra uma feridinha que não se fecha passado um bom tempo e, não raro, surge em áreas onde já existia uma cicatriz, o que confunde as coisas — a pessoa pode achar que o problema é de cicatrização e vai levando. Saiba, porém, que não é normal existir uma ferida na pele, por menor que seja, que não se resolva em quatro semanas ou menos. Assim como não é normal uma porção de pele — de novo, por menor que seja — viver descamando, ardendo, coçando ou sangrando. Alterações assim pedem consulta médica sem muita perda de tempo, por segurança.
Por fim, o melanoma é de longe o mais agressivo de todos os cânceres de pele. Vale ficar atento a qualquer pinta escura, especialmente se as suas bordas forem irregulares ou se muda de formato, coloração, tamanho e relevo. Não dá para brincar.
A gente precisa se lembrar que, quando falamos em tumores de pele, estamos nos referindo ao câncer mais incidente neste ensolarado Brasil. Mesmo que se o jovem não encontrar nada diferente — tomara! —, o hábito de realizar o autoexame de pele não é bobagem, nem exagero. Ele deve começar cedo. Por falta desse ensinamento precoce é que hoje vemos tantos casos por aí.
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