Como ajudar seu corpo a sobreviver aos intermináveis dias de bloquinho
Carnaval chega e a moçada não quer abrir mão de um único dia de folia. Daí, muitos jovens lançam mão de vários artifícios: abusam de energéticos, exageram no café quando abrem os olhos e isso quando não apelam para certos comprimidos. Chegando em casa, mesmo com o corpo totalmente moído, dificilmente têm um sono restaurador pra valer. Acordam em frangalhos e dá-lhe beber algo para despertar. A falta de sono e até mesmo a de uma alimentação adequada, enfim, tudo isso somado dá os seus sinais.
Um dos mais comuns é a palpitação cardíaca. O peito é que perde o ritmo no meio do baticum da festa. Acontece algo como se fosse um leve batimento a mais, que nós, médicos, chamamos de extra-sístole. Ou seja, a pessoa sente que tem um coração e garanto: a gente não foi feito para sentir que tem um órgão qualquer. Quando sente é porque existe algo de errado.
Sobreviver aos bloquinhos, portanto, começa com tentar, na medida do impossível nesse caso, minimizar alguns fatores. O ideal seria, no meio da festa, dar um dia de trégua ao corpo. Se não quiser parar de pular, ao menos seria bom evitar os energéticos e toda sorte de estimulante. Veja, é pior do que consumi-los em uma balada. Afinal, será uma sequência de quatro, cinco dias de festa, começando muitas vezes nas primeiras horas da tarde para seguir madrugada afora. Uma verdadeira maratona. Para entrar nela, melhor preparar seu organismo com refeições leves antes de sair de casa. E, reforço, sono.
Na rua, evitar pedir bebidas com gelo é outra excelente medida. A qualidade da água com que são feitas grandes quantidades de gelo é bem duvidosa. Eu e outros colegas médicos apostamos na pedrinha gelada quando, durante e após a folia, recebemos adolecentes com diarreia e vômitos. Nesse tempo escaldante, aliás, qualquer descuido com a higiene resultará em muita dor de barriga. Lembrando que náusea, calor e álcool são fatores que levam à perda excessiva de líquido e desidratação. Hidrata-se, portanto, só evitando as tais pedrinhas de gelo nas bebidas vendidas por aí. Ah, lembrete: hidratar-se é beber água e não, álcool.
Acho que você já sabe (ao menos, espero) que sexo seguro, usando preservativo, é mais do que fundamental em qualquer época do ano. Mas não precisa nem chegar lá: a exposição a múltiplos parceiros, mesmo que seja só para um beijo na boca, aumenta o risco de transmissão daquelas viroses que começaram, por exemplo, com aquele gelo. Talvez seja inútil falar para um jovem beijar menos. Então, ao menos, que ele declare o fim da temporada carnavalesca nos primeiros sintomas de mal-estar, sem insistir para passar mal (provavelmente muito mal) fora de casa.
Para quem vai viajar, um último aviso: dependendo da região para onde está indo, se ainda não tomou a vacina de febre amarela, essa deveria ser a hora. Essa seria a última chamada antes de embarcar, eu diria. Claro, converse com o seu médico antes, porque existem exceções, isto é, gente que tem, por exemplo, uma doença autoimune e que não pode receber o imunizante. Febre amarela não é brincadeira: só em janeiro foram registrados mais de trinta casos e nove deles acabaram em óbito. Quem já se vacinou, pode ficar sossegado nesse sentido, porque não será preciso tomar uma segunda dose. E bom Carnaval.
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